Em outubro de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebrou um avanço marcante com a chegada do primeiro lote do Trastuzumabe Entansina, um novo medicamento para câncer de mama, voltado para o tratamento do tipo HER2-positivo. Essa modalidade da doença é conhecida pela agressividade e por acelerar o crescimento das células tumorais, desafiando pacientes e profissionais de saúde há décadas.
A incorporação desse remédio de última geração ao SUS marca o início de uma nova era para milhares de mulheres brasileiras que, agora, terão acesso ampliado à terapia mais moderna, gratuita e efetiva, diretamente pelo sistema público.
Com a primeira entrega contendo quase 12 mil unidades e uma previsão de abastecimento total para suprir todas as demandas nacionais, a chegada do Trastuzumabe Entansina sinaliza não apenas um avanço científico, mas também social, especialmente durante o Outubro Rosa, mês símbolo da prevenção e conscientização sobre o câncer de mama. Pacientes que antes tinham poucas alternativas poderão usufruir desse tratamento inovador, cujos resultados demonstram redução de até 50% na mortalidade das acometidas pela doença, conforme informações do Ministério da Saúde.
O que é o Trastuzumabe Entansina e qual seu impacto no SUS?
O Trastuzumabe Entansina representa um dos maiores avanços da oncologia nos últimos anos. Indicado principalmente para pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estágio III que não responderam satisfatoriamente à quimioterapia tradicional, esse fármaco combina a precisão de um anticorpo com o poder de um agente quimioterápico, agindo diretamente na célula tumoral e minimizando danos às células saudáveis.
Por meio dessa tecnologia, o tratamento torna-se mais específico e menos agressivo, proporcionando melhor qualidade de vida às pacientes. Anteriormente disponível apenas na rede privada por valores elevados — variando entre R$ 7,2 mil e R$ 11,6 mil por frasco — agora, graças à negociação realizada pelo Ministério da Saúde, o custo foi reduzido pela metade. Isso permitiu investimentos de R$ 159,3 milhões para a aquisição de mais de 34 mil frascos-ampola, gerando uma economia superior a R$ 165 milhões aos cofres públicos.
Implementação e distribuição do novo medicamento para câncer no Brasil
A entrega do primeiro lote no aeroporto de Guarulhos marcou o início de uma logística nacional complexa, viabilizando a distribuição do novo medicamento para câncer aos estados e municípios de acordo com protocolos clínicos criteriosos. A compra descentralizada, a partir deste mês, agilizará o acesso, permitindo que unidades de saúde regionais adquiram insumos diretamente, com recursos federais, otimizando a chegada do tratamento até a ponta do sistema de saúde.
O planejamento prevê quatro lotes, com próximas entregas programadas entre dezembro de 2025 e junho de 2026. Esse abastecimento será capaz de fornecer tratamento a 100% dos pacientes elegíveis no próximo ano, totalizando 1.144 beneficiados somente em 2025. Essa abrangência é considerada inédita e demonstra o compromisso do SUS em ofertar as terapias mais avançadas, priorizando o bem-estar das mulheres e promovendo equidade no cuidado em saúde.
Outras ações do Ministério da Saúde no combate ao câncer de mama
Além do Trastuzumabe Entansina, o Ministério da Saúde ampliou a oferta dos chamados inibidores de ciclinas — como abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe — indicados para câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo. A implementação permite aquisição descentralizada pelos estados via Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), otimizando logística e acelerando o início dos tratamentos.
Recentemente, também houve expansão da faixa etária para realização de mamografia pelo SUS: mulheres a partir de 40 anos, mesmo assintomáticas, já podem realizar o exame gratuito. Com isso, mais barreiras vêm sendo superadas no diagnóstico precoce, fundamental para ampliar índices de cura e reduzir mortalidade. Dados recentes mostram que, só em 2024, 30% das mamografias feitas no SUS foram em mulheres abaixo de 50 anos.
Outubro Rosa e as carretas móveis: levando saúde a quem mais precisa
No mês do Outubro Rosa, destaque para a força-tarefa dos 28 caminhões do programa Agora Tem Especialistas, que oferecem atendimento especializado em locais de difícil acesso por todo o Brasil. O foco principal é o público feminino, proporcionando consultas, exames e biópsias de forma itinerante, principalmente para regiões com déficit de serviços médicos.
As carretas começaram a atuar em cidades como Juiz de Fora, Imperatriz, Macapá, Palmas, entre outras, e devem alcançar aproximadamente 42,5 mil pacientes e mais de 130 mil procedimentos até o final do mês. Este esforço intensifica a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer de mama, integrando inovação, praticidade e inclusão social numa das maiores estratégias já realizadas no país.
Quem pode receber o novo medicamento?
O Trastuzumabe Entansina foi aprovado para mulheres diagnosticadas com câncer de mama HER2-positivo, que apresentem persistência da doença após o tratamento com quimioterapia inicial, especialmente nos casos de estágio III. Para receber a medicação, é necessário seguir um protocolo clínico nacional, que inclui avaliação por equipe médica especializada. Essa padronização garante que as pacientes certas recebam exatamente o tratamento indicado, otimizando resultados e evitando desperdícios.
Economia e impacto social ao SUS
A negociação dos valores de aquisição do medicamento proporcionou significativa economia aos cofres públicos. Enquanto no mercado privado um frasco podia custar até R$ 11 mil, o Ministério da Saúde reduziu esse valor para menos de R$ 6 mil em sua versão mais concentrada. Tais medidas fortalecem a sustentabilidade do SUS e otimizam a utilização de recursos, permitindo constante atualização dos protocolos com terapias modernas e eficazes.
A chegada desse tratamento pode ser considerada uma resposta aos anseios de milhares de mulheres brasileiras e de suas famílias, que há anos aguardam por maiores opções terapêuticas na rede pública para enfrentar o câncer de mama agressivo. Além do alívio compartilhado por tantas pessoas, esse avanço colabora para a redução de internações prolongadas e de procedimentos invasivos, elevando a qualidade e a humanização no tratamento.
Desafios na implementação e atenção oncológica no SUS
Apesar dos notáveis avanços, a implementação de um novo medicamento geralmente enfrenta desafios, como treinamento das equipes, atualização de protocolos, infraestrutura dos serviços responsáveis pela dispensação e conscientização da população sobre as novas opções que passam a ser disponibilizadas. Nesse contexto, o Ministério da Saúde investe também em campanhas educativas e parcerias regionais para capacitar os profissionais envolvidos em toda a cadeia de cuidado.
Essas ações visam não apenas ampliar a oferta de medicamentos inovadores, mas garantir que eles percorram todo o caminho até quem deles necessita, com eficiência, transparência e responsabilidade. O futuro demanda que novas tecnologias continuem sendo incorporadas ao SUS, respeitando orçamentos, critérios científicos e demandas sociais crescentes, como o aumento da expectativa de vida da população.
O papel do diagnóstico precoce e prevenção na luta contra o câncer de mama
O diagnóstico precoce continua sendo um dos fatores mais importantes para aumentar as chances de cura do câncer de mama. A ampliação da faixa etária para realização da mamografia gratuita e o investimento em unidades móveis reafirmam o compromisso do país com a prevenção. Quanto mais cedo a doença é descoberta, maiores as chances de sucesso do tratamento e menor a necessidade de intervenções mais agressivas no futuro.
O cenário atual mostra que iniciativas integradas entre prevenção, diagnóstico, tratamento inovador e humanização dos atendimentos se tornaram pilares na luta contra a doença. O engajamento das mulheres, aliado ao acesso facilitado a exames e medicações, traz impactos práticos na sobrevida e no bem-estar da população.
Perguntas Frequentes
- Quem tem direito ao novo medicamento Trastuzumabe Entansina no SUS?Mulheres com diagnóstico de câncer de mama HER2-positivo, que ainda apresentam quadro ativo após quimioterapia inicial, conforme protocolos da rede pública, podem acessar o novo tratamento.
- A distribuição do medicamento já começou para todo o Brasil?Sim, o primeiro lote foi entregue em outubro de 2025 e a distribuição segue cronograma para Estados e Municípios conforme demanda e protocolos clínicos.
- Existe algum custo para o paciente receber o novo tratamento pelo SUS?Não, o tratamento é totalmente gratuito para pacientes elegíveis, como definido pelas diretrizes do Ministério da Saúde.
- O medicamento Trastuzumabe Entansina pode ser usado em todos os tipos de câncer de mama?Não, ele é indicado apenas para casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio avançado, segundo avaliação especializada.
- Qual a previsão para chegada de outros medicamentos inovadores ao SUS?O governo federal mantém diálogo contínuo para avaliar a inclusão de novas terapias, priorizando evidências científicas e necessidades da população.
- A ampliação da mamografia já está disponível em toda a rede pública?Sim, mulheres a partir de 40 anos já podem realizar o exame preventivo pelo SUS em todas as regiões do Brasil.
- Como saber se sou elegível ao novo tratamento?Procure seu médico e informe-se sobre os protocolos. Exames detalhados e avaliação clínica indicam a melhor opção terapêutica para cada paciente.
- Quais os principais efeitos colaterais do Trastuzumabe Entansina?Entre os efeitos possíveis estão fadiga, náuseas e alterações sanguíneas, mas geralmente são menores em comparação à quimioterapia tradicional.
- Outras doenças também podem receber tratamentos inovadores no SUS?Sim, o SUS tem incorporado regularmente terapias-alvo e medicamentos modernos para diversas doenças crônicas e oncológicas, conforme orçamento e análise técnica.
- Onde buscar mais informações sobre políticas públicas de saúde e câncer?Acesse canais do Ministério da Saúde e do INCA.