O recente anúncio do Governo Federal sobre a cobrança da devolução do Auxílio Emergencial por parte de quem recebeu o benefício sem direito reacendeu discussões e gerou dúvidas em muitos brasileiros. Afinal, como milhares de pessoas podem ter acesso a valores mesmo sem preencher os requisitos? O que acontecerá com quem ignorar as notificações?
Mais de 4,6 mil moradores foram notificados para devolver cerca de R$ 13,3 milhões recebidos entre 2020 e 2021 durante a pandemia. A notícia levantou questões importantes: quantas pessoas no Brasil vivem situações semelhantes? O rigor seria o mesmo para grandes devedores?
Veja as consequências dessa cobrança, as formas de consulta, os direitos dos beneficiários e como regularizar a situação sem complicações maiores.
Quem precisa devolver o Auxílio Emergencial?
Nem todos que receberam o Auxílio Emergencial estavam dentro dos requisitos estabelecidos em lei. A identificação é feita a partir de análises de renda e declarações prestadas no momento da solicitação. De acordo com a legislação vigente, principalmente a Lei 14.284/2021 e o Decreto 10.990/2022, a restituição do valor é obrigatória para:
- Pessoas com renda per capita superior a dois salários mínimos na época do recebimento
- Indivíduos com dívida igual ou superior a R$ 1.800,00
Além destes critérios, são considerados relatórios técnicos, cruzamento de dados e outros mecanismos para garantir a legalidade do processo. Esse processo busca evitar injustiças e garantir o bom uso dos recursos públicos.
Como saber se está na lista de devolução?
Os notificados recebem mensagens via SMS, e-mail ou pelo aplicativo Notifica. Porém, também é possível consultar a situação diretamente na plataforma VEJAE utilizando a conta Gov.br, CPF e senha.
O sistema exibe de maneira clara se o cidadão possui ou não pendências relacionadas ao benefício e orienta sobre os próximos passos.
Como regularizar a situação e devolver o valor recebido
A devolução pode ser feita à vista ou parcelada em até 60 vezes, facilitando para quem não consegue arcar com o débito integralmente. O Ministério oferece orientações detalhadas sobre como gerar boletos, efetuar pagamentos e, se necessário, apresentar defesa.
Apresentando defesa
Beneficiários que acreditam ter sido notificados injustamente podem apresentar defesa formal, anexando documentos que provem sua elegibilidade. A análise acontece em até 30 dias após o protocolo do recurso.
Consequências para quem não devolver
Ignorar a devolução do benefício pode acarretar sanções administrativas sérias. Os valores não restituídos são inscritos em Dívida Ativa da União, gerando restrições de crédito (como protesto e inclusão no Serasa), além da possibilidade de cobrança judicial com bloqueio de bens e até leilão judicial.
A restrição no CPF pode impactar a contratação de financiamentos, abertura de contas, aquisição de patrimônios e participação em programas federais.
Perguntas frequentes
- Como saber se preciso devolver o Auxílio Emergencial? A consulta pode ser feita pelo sistema VEJAE, usando a conta Gov.br, CPF e senha.
- Posso parcelar o valor a ser devolvido? Sim, a devolução pode ser parcelada em até 60 vezes.
- O que acontece se eu não devolver o valor solicitado? O nome pode ser inscrito em Dívida Ativa da União e sofrer restrições de crédito.
- Recebi uma mensagem sobre a devolução, o que devo fazer? Consulte sua situação na plataforma VEJAE e siga as orientações de pagamento ou defesa.
- Qual o prazo para apresentar defesa caso discorde da notificação? A defesa deve ser apresentada em até 30 dias com a documentação necessária.
- Quem está isento de devolver o benefício? Apenas quem realmente atendia aos critérios legais no momento do recebimento.
- Como posso acompanhar o andamento da defesa? Pelo próprio sistema de consulta, onde as atualizações são disponibilizadas.
Para mais informações, acesse o site O Bolsa Família Brasil.