Um projeto de lei complementar em tramitação na Câmara dos Deputados promete transformar o cenário da aposentadoria antecipada no Brasil. A proposta, que já passou pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, reduz a idade mínima e ajusta o cálculo do benefício para trabalhadores em atividades de risco.
Essa mudança pode beneficiar milhares de profissionais expostos a condições perigosas, como mineiros, eletricistas e vigilantes. Por que essa lei é tão aguardada? Como ela pode impactar a vida de quem enfrenta riscos diários no trabalho?
Este texto explora os detalhes da proposta, seus impactos, quem será beneficiado, como solicitar o benefício e dicas práticas para se preparar.
Impactos da nova lei de aposentadoria
A proposta de lei complementar traz mudanças significativas para o sistema previdenciário brasileiro. Ao reduzir a idade mínima para aposentadoria em ocupações de risco, a legislação reconhece os desafios enfrentados por esses trabalhadores.
Além disso, o cálculo do benefício baseado em 100% da média das contribuições, em vez dos atuais 60% com acréscimo de 2% por ano, garante valores mais justos. Dados de 2025 indicam que cerca de 2,6 milhões de pedidos de aposentadoria aguardam análise no INSS, sugerindo que a aprovação da lei pode aumentar temporariamente esse volume, exigindo maior eficiência na gestão do instituto.
A longo prazo, a medida pode melhorar a qualidade de vida de trabalhadores, mas também gera debates sobre o impacto financeiro no sistema previdenciário.
Sustentabilidade do sistema
Embora a proposta seja uma vitória para trabalhadores, especialistas alertam para o desafio de equilibrar as contas do INSS. A aposentadoria especial, que inclui atividades de risco, já é uma das mais custosas para a Previdência.
A nova regra, com benefícios mais generosos, pode elevar os gastos, exigindo ajustes fiscais ou aumento de arrecadação para manter a sustentabilidade do sistema.
Quem será beneficiado pela nova lei de aposentadoria antecipada
A proposta beneficia trabalhadores expostos a condições insalubres ou perigosas. Entre as categorias incluídas estão:
- Mineração subterrânea (frente de produção): Aposentadoria aos 40 anos com 15 anos de contribuição.
- Mineração fora da frente de produção e exposição a agentes como amianto: Aposentadoria aos 45 anos com 20 anos de contribuição.
- Outras atividades de risco: Incluem metalurgia, radiologia, fiscalização agropecuária, transporte de emergência, aeronautas, vigilantes, guardas municipais, agentes de trânsito, eletricistas em sistemas de potência e trabalhadores de transporte hospitalar, com aposentadoria aos 48 anos após 25 anos de contribuição.
Esses profissionais enfrentam riscos físicos, químicos ou biológicos diariamente, justificando regras mais flexíveis. A lei também amplia o reconhecimento de profissões perigosas, beneficiando categorias antes excluídas.
Etapas para aprovação e impacto esperado
De autoria do deputado Alberto Fraga (PL-DF), o projeto ainda precisa avançar por diversas etapas no Congresso Nacional antes de virar lei. Após a aprovação na Comissão de Previdência, o texto será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça (CCJ). Depois, passará por votação no plenário da Câmara dos Deputados e, se receber o aval, seguirá para o Senado Federal.
Especialistas em direito previdenciário ressaltam que, embora gere custos ao sistema, a medida representa um avanço para os trabalhadores expostos diariamente a agentes físicos, químicos e biológicos em suas atividades.
Apesar de o tema ainda estar em discussão no Congresso, o clima é otimista, indicando um passo relevante na ampliação da proteção social e no reconhecimento dos trabalhadores que atuam em atividades de alto risco para manter o país em funcionamento.
Principais dúvidas sobre a nova regra
- O que é considerado atividade de risco? Atividades de risco envolvem exposição contínua a agentes físicos (ruído, calor), químicos (substâncias tóxicas) ou biológicos (vírus, bactérias), como em mineração, saúde ou segurança.
- Quem pode se aposentar aos 40 anos? Trabalhadores em mineração subterrânea (frente de produção) com 15 anos de contribuição comprovada podem se aposentar aos 40 anos, se a lei for aprovada.
- A nova lei já está em vigor? Não, o projeto ainda tramita no Congresso, passando por comissões e votação no plenário antes de ir ao Senado. A aprovação pode ocorrer em 2026.
Para mais informações, acesse o site O Bolsa Família Brasil.