Manter o Cadastro Único atualizado é requisito para a continuidade do Bolsa Família, mas de milhares beneficiários em todo o Brasil relatam um obstáculo frequente: apesar do aviso da equipe do CRAS de que é preciso aguardar uma visita domiciliar para validar ou atualizar os dados, muitas famílias aguardam por semanas, ou até meses, sem que ninguém apareça em sua residência.
A seguir, descubra quais são os seus direitos, como agir e o que solicitar quando a visita domiciliar do Bolsa Família não chega à sua casa.
A importância da visita domiciliar para o Bolsa Família
Um dos principais instrumentos utilizados para confirmar informações no Cadastro Único é a chamada visita domiciliar, especialmente para famílias unipessoais (aquelas compostas por apenas uma pessoa) e casos que demandam acompanhamento mais próximo dos dados fornecidos ao governo.
Essa visita domiciliar permite verificar se as condições relatadas pelo beneficiário condizem com a realidade, sendo uma etapa central para coibir fraudes e para fortalecer a fiscalização dos benefícios sociais. Sem a presença do assistente social, o processo de atualização ou concessão do Bolsa Família fica paralisado.
Quando a visita domiciliar é realmente obrigatória?
Desde 2023, um decreto federal determinou que famílias unipessoais só podem atualizar ou ingressar no Cadastro Único após receberem a visita de um agente social. A norma, entretanto, isenta a obrigatoriedade para unipessoais indígenas, quilombolas ou em situação de rua.
Mesmo com essa obrigatoriedade, há municípios que, por dificuldades de logística ou falta de equipe, enfrentam obstáculos para cumprir a demanda de atendimentos presenciais.
O Ministério do Desenvolvimento Social prevê ainda a regulamentação específica do acompanhamento Bolsa Família para casos antigos ou pendentes. Os municípios têm autonomia para organizar e executar as visitas, seguindo a diretriz de realizar ao menos 20% das entrevistas presenciais a cada ciclo operacional.
Principais problemas enfrentados por beneficiários na espera pela visita
- Beneficiários comparecem ao CRAS, mas ficam aguardando a visita domiciliar indefinidamente, sem ter previsão de atendimento.
- Falta de comunicação clara sobre datas ou possibilidade de reagendamento.
- Cancelamento dos benefícios sob alegação de falta de comprovação de residência, mesmo para quem compareceu ao centro social dentro do prazo determinado.
- Casos de visita social unipessoal não realizadas por ausência de equipe técnica nos bairros mais afastados.
- Demora na liberação do Bolsa Família mesmo após apresentação de todos os documentos exigidos.
Proteja seu direito ao Bolsa Família: guarde o cartão e registre cada passo da sua busca pelo benefício. Foto: O Bolsa família
Caso a visita domiciliar não chegue: o que fazer imediatamente
Se você já compareceu ao CRAS, entregou documentos e recebeu a informação de que precisa esperar pela visita, é importante registrar cada ação para proteger seus direitos. Veja as etapas recomendadas:
- Solicite comprovante de atendimento: Toda vez que for ao CRAS, peça um comprovante da sua presença, mesmo que seja apenas uma folha carimbada e assinada. Este documento pode ser importante para demonstrar seu compromisso e evitar que responsabilizem você pelo eventual problema na visita Bolsa Família.
- Retorne periodicamente ao CRAS: A cada ida, solicite novo comprovante. Leve o histórico caso o benefício seja bloqueado ou cancelado.
- Documente tudo: Anote datas, nomes dos servidores e registre conversas, se possível.
- Procure a gestora do Cadastro Único: Em caso de bloqueio, leve todos os comprovantes ao CRAS e solicite a regularização. Caso tenha dificuldades, tente falar diretamente com a coordenação municipal.
Direitos do beneficiário e estratégias para garantir o benefício
O beneficiário não pode ser prejudicado se compareceu ao CRAS dentro do prazo e a visita não foi realizada. Caso o benefício seja suspenso por fiscalização Bolsa Família ou por ausência da visita social, é direito apresentar todos os comprovantes. Muitas gestoras municipais conseguem destravar pagamentos e garantir até o recebimento retroativo das parcelas retidas.
Se mesmo assim houver recusa, procure a Defensoria Pública da sua cidade ou um órgão de assistência social. Tendo os registros, é possível ingressar com ação judicial.
Documentos e informações que ajudam na regularização
- Comprovantes de todas as visitas ao CRAS
- Registro de protocolo de atendimento
- Carta de bloqueio/cancelamento do benefício
- Relatos ou boletins de ocorrência (em caso de recusa do CRAS em fornecer comprovante)
- Protocolo de reclamação na ouvidoria
Manter esse controle fortalece o pedido de liberação do benefício e acelera o processo, caso seja necessário acionar meios judiciais.
Passos práticos para evitar novos bloqueios
- Fique atento ao calendário da sua cidade para o acompanhamento Bolsa Família.
- Atualize o número de telefone junto ao Cadastro Único, facilitando o contato para agendamento da visita domiciliar.
- Prefira ir pessoalmente ao CRAS sempre que possível para renovar os protocolos.
Adote um registro detalhado de sua situação, e mantenha todos os comprovantes à mão para apresentar quando houver exigência de novas análises.
Perguntas Frequentes
O que fazer se a visita domiciliar não aconteceu até o prazo final? Procure o CRAS, solicite comprovante da sua presença e formalize reclamação, levando essa documentação até a gestora do Cadastro Único.
Quem é prioritário para receber visita domiciliar em 2025? Famílias unipessoais e quem nunca recebeu atualização presencial são o público principal das novas regras.
A ausência de visita pode cancelar o Bolsa Família? Sim, em alguns casos, especialmente se a família não apresentar provas de comparecimento ao CRAS.
O recibo do CRAS serve como defesa? Sim, ele demonstra que o beneficiário buscou atualizar o Cadastro Único.
Quanto tempo demora entre a solicitação e a realização da visita domiciliar? O prazo varia conforme o município, mas não deve ultrapassar 90 dias.
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