O empréstimo consignado, conhecido pelas taxas mais baixas do mercado, pode parecer uma solução interessante em momentos de aperto financeiro. Mas o que muita gente ainda não percebeu é que, em 2025, trabalhadores da iniciativa privada estão pagando quase o dobro de juros em relação aos aposentados e pensionistas do INSS.
De acordo com reportagem publicada no portal Extra, os dados mais recentes do Banco Central mostram que os trabalhadores com carteira assinada enfrentam taxas médias acima de 2,35% ao mês, enquanto os aposentados pagam cerca de 1,28% ao mês. O mesmo produto financeiro, com regras parecidas, resulta em custos bem diferentes e isso impacta diretamente o bolso de quem está no mercado de trabalho.
O que você verá aqui
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O que é o empréstimo consignado
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Diferença de taxas: trabalhadores x aposentados
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Simulações práticas dos valores pagos
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Por que os juros são mais altos para trabalhadores
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Como comparar propostas e evitar armadilhas
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Opções mais vantajosas de crédito em 2025
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Links úteis para quem quer entender mais
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Dúvidas frequentes sobre empréstimo consignado
O que é o empréstimo consignado
O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito em que o pagamento das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento ou benefício do cliente. Isso dá mais segurança ao banco, o que normalmente se traduz em juros menores.
É muito usado por:
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Aposentados e pensionistas do INSS;
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Servidores públicos;
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Trabalhadores com carteira assinada.
A lógica é simples: como o valor das parcelas é descontado direto no salário ou no benefício, o risco de inadimplência é menor.
Diferença nas taxas de juros entre trabalhadores e aposentados
Em 2025, os números revelam um contraste considerável:
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Aposentados e pensionistas do INSS: média de 1,28% ao mês;
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Trabalhadores CLT da iniciativa privada: média de 2,35% ao mês.
Na prática, isso significa que quem ainda está na ativa paga praticamente o dobro para acessar o mesmo tipo de crédito.
Simulações de empréstimo consignado em 2025
Abaixo, uma comparação para um empréstimo de R$ 10 mil em 48 parcelas:
Para aposentado (1,28% ao mês)
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Valor da parcela: R$ 276,28
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Total pago ao final: R$ 13.262,44
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Juros totais: R$ 3.262,44
Para trabalhador CLT (2,35% ao mês)
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Valor da parcela: R$ 336,09
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Total pago ao final: R$ 16.132,32
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Juros totais: R$ 6.132,32
A diferença nos juros pagos é de quase R$ 3 mil a mais para o trabalhador da ativa.
Por que os trabalhadores pagam mais juros?
Alguns motivos explicam esse desequilíbrio:
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Risco maior de inadimplência, já que o vínculo empregatício pode ser rompido;
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Menor estabilidade financeira, diferente da renda fixa do INSS;
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Limite menor de margem consignável para trabalhadores da iniciativa privada;
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Menor concorrência de bancos com foco nesse perfil de cliente.
O sistema acaba favorecendo o público que representa menor risco de calote.
Como comparar propostas e evitar armadilhas
Mesmo com juros altos, o crédito pode ser útil em emergências. Mas antes de fechar negócio, vale seguir algumas dicas:
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Compare taxas entre bancos e financeiras credenciadas;
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Fique atento ao Custo Efetivo Total (CET);
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Use simuladores online gratuitos;
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Nunca aceite propostas sem ler o contrato;
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Evite empréstimos com intermediários duvidosos.
No site O Bolsa Família Brasil, você pode encontrar orientações detalhadas sobre finanças e crédito consciente.
Veja também:
- CNH do Trabalhador: inscrições abertas para mais de 3,5 mil vagas; veja como se inscrever
- Conheça o ”Crédito do Trabalhador”, novo consignado CLT
Melhores alternativas de crédito em 2025
Em alguns casos, existem opções que podem ser mais vantajosas que o consignado:
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Refinanciamento de empréstimo já existente;
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Consignado com margem social para beneficiários do INSS;
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Linhas específicas para servidores públicos com taxas reduzidas;
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Financiamento com garantia de imóvel (home equity);
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Programas de microcrédito para autônomos.
Avaliar o perfil financeiro e o motivo da dívida é fundamental para escolher bem.
Quem deve tomar cuidado ao contratar crédito consignado
O consignado pode ser útil, mas nem sempre é a melhor escolha. Situações de risco:
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Quem já comprometeu mais de 30% da renda mensal;
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Pessoas com múltiplos empréstimos ativos;
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Quem depende de renda variável e instável.
Para essas pessoas, vale buscar orientação gratuita com órgãos como o Procon, defensorias públicas ou portais confiáveis como o O Bolsa Família Brasil.
Vale mesmo a pena pegar empréstimo com juros mais altos?
O crédito consignado ainda é mais barato do que o rotativo do cartão ou cheque especial. Mas isso não significa que vale a pena pagar quase o dobro de juros, como ocorre com muitos trabalhadores da ativa.
O acesso ao crédito precisa vir acompanhado de informação clara e escolhas conscientes. E no caso do consignado, a dica é simples: antes de assinar qualquer contrato, faça as contas. Será que esse dinheiro vai te ajudar ou virar mais uma dívida difícil de administrar?
DÚVIDAS FREQUENTES
Quem pode fazer empréstimo consignado?
Aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos e trabalhadores com carteira assinada em empresas conveniadas.
Por que os trabalhadores pagam mais juros?
Pelo maior risco de inadimplência e instabilidade no vínculo empregatício.
Aposentado pode contratar com taxa mais baixa?
Sim. As taxas para aposentados do INSS são menores que para trabalhadores CLT.
Quantos empréstimos consignados posso ter?
Depende da margem disponível. A lei permite até 45% da renda comprometida, sendo 35% para empréstimo e 10% para cartão consignado.
É possível antecipar o pagamento do consignado?
Sim. E o cliente tem direito a desconto proporcional dos juros futuros.
Quem está negativado pode contratar consignado?
Sim. Desde que tenha margem e vínculo ativo com folha de pagamento ou benefício.
Qual o limite de parcelas no consignado?
O prazo varia, mas costuma ser de até 84 meses para aposentados e 48 meses para trabalhadores da ativa.
O que é margem consignável?
É o percentual da renda mensal que pode ser usado para pagar empréstimos. Para CLT, geralmente 30%.