O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira (30), um compromisso importante que promete impactar diretamente a vida de milhões de brasileiros: até o final de seu mandato, em 2026, o gás de cozinha será gratuito para as famílias que recebem a cesta básica. Lula destacou a importância do botijão de gás como um item essencial para as famílias, especialmente as de baixa renda, e defendeu a inclusão desse item nas políticas públicas de assistência social, respondendo a críticas sobre os gastos do governo em programas de inclusão.
Fala do presidente Lula
Durante uma entrevista concedida a uma rádio na Paraíba, Lula enfatizou que 21,6 milhões de famílias serão beneficiadas com o fornecimento gratuito do gás de cozinha. “Nós decidimos que, até 2026, o gás será dado de graça para 21,6 milhões de famílias. O gás vai fazer parte da cesta básica porque muitas pessoas estão utilizando lenha, querosene, e até se machucando. O gás deve ser considerado um item fundamental para a família. Assim como o feijão e o arroz, é necessário o gás para cozinhar”, declarou o presidente.
Lula ainda abordou as críticas referentes ao custo dessa medida, argumentando que o investimento em políticas que beneficiam a população mais carente não deveria ser visto como um gasto excessivo. “‘Ah, mas custa caro’. Por que custa caro quando se trata de benefícios para o povo pobre?”, questionou, aludindo às críticas que surgiram sobre o custo desse programa. O presidente não forneceu detalhes sobre como o governo pretende financiar essa medida, deixando em aberto as questões sobre a viabilidade econômica do projeto.
Este anúncio vem poucos dias após Lula enviar ao Congresso Nacional, na segunda-feira (26), um projeto de lei que amplia o alcance do Auxílio Gás. Atualmente, o programa beneficia 5,6 milhões de famílias, e a proposta do governo prevê a expansão desse número, com uma injeção de R$ 14 bilhões, de acordo com informações oficiais. Essa iniciativa é parte do esforço do governo em fortalecer as políticas de inclusão social, garantindo que mais brasileiros tenham acesso a itens básicos e essenciais para uma vida digna.
Dívida pública
Lula também fez uma comparação entre os gastos do governo com a dívida pública e os investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação. O presidente destacou que o custo da dívida pública, que ultrapassa R$ 1,7 trilhão, é significativamente maior do que os recursos alocados para essas áreas essenciais. “O que custa caro é uma dívida de quase R$ 1,7 trilhão que a gente tem e que as pessoas não pagam. Sabe quanto o Brasil pagou de juros em 10 anos? R$ 4,7 trilhões. Sabe quanto investiu na saúde nesses mesmos 10 anos? R$ 1,8 trilhão. Na educação? R$ 1,6 trilhão”, afirmou Lula, reforçando a ideia de que o verdadeiro peso no orçamento não está nos programas sociais, mas nos compromissos financeiros do país.
Ao criticar o mercado financeiro, Lula enfatizou que sua prioridade é governar para o povo, e não para agradar interesses econômicos. “O mercado não vai gostar”, admitiu, para em seguida concluir: “Acho que eles nunca votaram em mim, então eu não governo para o mercado, governo para o povo.” Essa declaração reflete a postura do presidente em priorizar políticas que buscam reduzir as desigualdades sociais, mesmo que isso implique em desagradar setores específicos da economia.
Políticas sociais
A promessa de Lula de incluir o gás de cozinha gratuitamente na cesta básica até 2026 reforça o compromisso do governo com a ampliação das políticas sociais, visando proporcionar melhores condições de vida para os brasileiros mais vulneráveis. Contudo, a implementação dessa medida e seu financiamento ainda geram dúvidas e debates, especialmente entre economistas e especialistas em políticas públicas.
A inclusão do gás de cozinha como item essencial na cesta básica pode representar um avanço significativo para as famílias de baixa renda, que frequentemente precisam escolher entre comprar alimentos ou pagar pelo gás. Com essa medida, o governo busca garantir que essas famílias tenham os meios necessários para cozinhar seus alimentos de forma segura e digna, sem recorrer a alternativas perigosas, como o uso de lenha ou querosene.