O acompanhamento escolar dos adolescentes beneficiários do programa Bolsa Família atingiu níveis recordes em 2025, mas também trouxe à tona uma questão preocupante: mais de 100 mil jovens perderam o benefício adicional devido à ausência escolar.
O resultado mais recente do acompanhamento, referente aos meses de agosto e setembro de 2025, reflete tanto avanços quanto desafios. Ainda que o programa tenha alcançado uma taxa de acompanhamento de 87,7% dos estudantes de 4 a 17 anos — representando mais de 15,6 milhões de beneficiários — uma parcela significativa dos adolescentes não conseguiu cumprir a frequência escolar exigida, resultando na perda do benefício adicional.
Panorama nacional do acompanhamento escolar
No quarto período de 2025, o sistema de condicionalidades do Bolsa Família superou recordes anteriores, alcançando cobertura de 87,7% do público-alvo nacional. Este avanço é atribuído à integração eficiente entre o Ministério da Educação (MEC) e as redes estaduais e municipais de ensino. Destaca-se, ainda, o papel da busca ativa, do monitoramento e registro rigoroso das presenças escolares.
O grupo etário de 6 a 15 anos foi o que apresentou o maior índice de acompanhamento, com 89,9%. Entre crianças de 4 a 5 anos, o crescimento foi expressivo: a taxa de presença saltou de 68% no início do ano para 82,7% em agosto e setembro. No entanto, apesar desse avanço, adolescentes de 16 e 17 anos permanecem mais vulneráveis à perda do benefício variável devido à falta sistêmica de frequência.
Punições progressivas e impacto do não cumprimento das condicionalidades
O sistema do Bolsa Família adota medidas graduais diante do não cumprimento das exigências escolares. Inicialmente, as famílias recebem um alerta informando a irregularidade. Em caso de reincidência, o benefício adicional pode ser bloqueado. Caso a frequência escolar não seja regularizada, segue-se a suspensão e, em última instância, o cancelamento definitivo do benefício específico daquele adolescente.
Durante novembro de 2025, foram aplicadas 216.627 repercussões apenas no Benefício Variável ao Adolescente (BVA), resultando em 105.239 advertências, 45.850 bloqueios, 65.494 suspensões e 44 cancelamentos. Esses números evidenciam o quanto a frequência escolar se tornou um eixo central para a permanência do benefício extra destinado a adolescentes.
Estatísticas regionais e avanços no combate à evasão escolar
A maioria dos estados brasileiros conseguiu manter taxas de acompanhamento escolar superiores a 80%. Regiões como Sul e Sudeste atingiram índices ainda maiores, superando em alguns estados 90% de confirmação de presença nas escolas. O Nordeste também apresentou avanços, embora algumas unidades federativas, como Alagoas e Amapá, ainda enfrentem desafios para alcançar média nacional.
Em termos absolutos, 15.690.925 estudantes tiveram frequência registrada em agosto e setembro de 2025, refletindo esforços contínuos das redes de ensino e assistência social. Ao mesmo tempo, houve diminuição no número de alunos “não localizados” (NLOC), sinalizando maior eficácia dos processos de busca ativa e inclusão escolar.
Como as repercussões afetam as famílias
O impacto da suspensão do benefício variável recai diretamente sobre a família do adolescente, que pode deixar de receber o valor adicional por até dois meses ou até a regularização da situação escolar. Essas sanções podem ser revertidas mediante apresentação de recurso, desde que a situação seja regularizada no sistema até o prazo final de 31 de janeiro de 2026.

Medidas de comunicação e orientação às famílias
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, por meio de sua Central de Relacionamentos, utiliza o envio de SMS para notificar famílias de crianças e adolescentes não localizados no acompanhamento escolar, orientando sobre os passos necessários para atualização cadastral e registro de frequência. A recomendação principal é que as famílias retornem à escola e informem que se trata de beneficiário do programa, solicitando o lançamento da presença no sistema oficial do MEC.
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Perguntas Frequentes
- O que acontece com adolescentes que faltam frequentemente à escola? Os adolescentes que não cumprem a frequência escolar mínima exigida pelo programa podem receber advertências, bloqueios, suspensões ou ter o benefício variável cancelado, dependendo da reincidência no descumprimento.
- Quantos adolescentes perderam o benefício extra em 2025? No acompanhamento referente ao quarto período de 2025, mais de 100 mil adolescentes tiveram o benefício extra bloqueado, suspenso ou cancelado devido à baixa frequência escolar.
- Como a família pode reverter a suspensão do benefício? Para tentar reverter a suspensão ou cancelamento, a família deve apresentar recurso até 31 de janeiro de 2026 e regularizar a situação escolar do adolescente no Sistema Presença do Ministério da Educação.
- Receber uma advertência já impede o pagamento do benefício? Não. A advertência é apenas um alerta. O benefício só é bloqueado, suspenso ou cancelado caso o descumprimento se repita e não haja regularização.
- O benefício é cortado para toda a família? Quando o descumprimento das condicionalidades é exclusivo do adolescente, apenas o benefício variável dele é afetado, mantendo-se o pagamento dos demais benefícios para a família.
- Como é feito o acompanhamento da frequência escolar? A frequência é registrada pelas escolas no Sistema Presença, sincronizado com o MEC e acessado pela rede de assistência social.
- Existe prazo para apresentar recurso após bloqueio ou suspensão? Sim. O prazo para recursos das repercussões do quarto período de 2025 é até 31 de janeiro de 2026.
- O aluno deixa de ser considerado não localizado apenas com atualização no Cadastro Único? Não. O estudante só deixa de ser não localizado após o registro efetivo da frequência escolar no Sistema Presença.
- Os beneficiários recebem avisos sobre problemas na frequência? Sim. O Ministério envia mensagens de SMS para as famílias alertando sobre situações de não localização ou ausência de frequência escolar.
- A suspensão do benefício pode ser definitiva? Se o adolescente não voltar a cumprir as condicionalidades em até 12 meses, o benefício variável pode ser cancelado de forma definitiva.
É importante ficar atento para não perder o benefício. Mas, caso isso já tenha acontecido, confira no vídeo a seguir como realizar o desbloqueio.













