No Brasil, o tema “licença paternidade” ganha destaque após recente aprovação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados. Os trabalhadores e suas famílias estão atentos, pois a nova proposta promete ampliar o período do benefício e trazer impactos práticos tanto para quem é pai quanto para o cenário do mercado de trabalho.
A seguir, você vai entender quais mudanças vêm pela frente, quando começam a valer e como elas podem afetar a sua rotina e a de milhares de brasileiros. Prepare-se para conferir as regras, os direitos, as expectativas e o que falta para essa novidade ser oficialmente implementada.
O que muda com a nova licença paternidade?
Atualmente, a licença paternidade é de apenas cinco dias corridos, conforme determinação transitória da Constituição de 1988. Esse prazo curto sempre foi motivo de debate, principalmente porque limita a participação dos homens nos primeiros dias de vida da criança e deixa grande parte da responsabilidade para as mães. Agora, o projeto aprovado propõe uma mudança gradual e significativa: o benefício será ampliado para até 20 dias, proporcionando ao pai mais tempo para acompanhar o recém-nascido ou adotado. A proposta também permite que o período seja dividido, trazendo mais flexibilidade para as famílias.
Como será o aumento do benefício?
A ampliação será feita aos poucos a partir de 2027, começando com 10 dias, subindo para 15 entre o terceiro e o quarto ano, e então atingindo 20 dias a partir do quinto ano. Apesar de uma versão inicial sugerir até 60 dias, a negociação resultou em um vale de 20 dias para garantir aprovação e ajuste fiscal. Se a mãe falecer, a licença estendida para o pai será de 120 dias, oferecendo maior amparo à família em situações delicadas.

Quando a nova regra começa a valer?
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa passar pelo Senado Federal. Caso não haja alterações, segue para sanção presidencial. Portanto, a previsão de início depende da tramitação e, se tudo ocorrer conforme esperado, a implementação começará a partir da sanção do Presidente da República. Pais que planejam filhos em breve já devem ficar atentos às mudanças no calendário.
Impactos no trabalho e nas famílias brasileiras
O economista Bruno Imaizumi argumenta que o equilíbrio entre licenças, masculina e feminina, colabora para produtividade, condições familiares e até para a previdência social a longo prazo. Já Marcelo Neri, pesquisador da FGV Social, ressalta o impacto positivo sobre a empregabilidade feminina e o potencial de reduzir desigualdades históricas no mercado de trabalho brasileiro.
Licença remunerada e estabilidade no emprego
Na nova regra está prevista a manutenção do salário do pai, com remuneração custeada pelo INSS. Assim como acontece com o salário-maternidade, os pais afastados terão estabilidade no emprego durante o período da licença, sem prejuízo na carreira.
Custo para o governo e cenário internacional
O impacto fiscal foi pauta de debate na Câmara dos Deputados. O custo estimado para o governo, segundo o parecer aprovado, será de R$ 5,4 bilhões até 2030, já levando em conta o escalonamento para os 20 dias. Especialistas avaliam que o investimento, apesar de expressivo, não representa risco à dívida pública e configura um ganho social de médio e longo prazo.
No contexto mundial, o Brasil avança, mas ainda está longe de experiências internacionais mais igualitárias. Países como Suécia e Nova Zelândia garantem licença semelhante a homens e mulheres. Na América Latina, por exemplo, o Chile concede apenas uma semana de licença para os pais, mostrando que o panorama ainda é desigual ao redor do globo.
Perguntas Frequentes
- Quando a nova licença paternidade entrará em vigor? Só começará a valer após aprovação no Senado e sanção presidencial. A expectativa é para 2025.
- Empregador pode negar o benefício? Não, sendo lei, o benefício será obrigatório, com remuneração garantida e estabilidade no cargo.
- Pais adotivos têm direito à nova regra? Sim, o benefício também se estende a adoções.
- Em caso de filhos múltiplos, o tempo muda? Não, o período da licença é o mesmo, independentemente do número de filhos no nascimento ou adoção.
- Como comprovar o direito junto ao RH da empresa? O procedimento deve seguir o protocolo interno do empregador, com apresentação da certidão de nascimento ou adoção.












