A transição do Cartão do SUS para o uso do CPF como principal identificador marca um novo capítulo na modernização dos serviços de saúde no país. A partir de 2025, o CPF assume papel central no Sistema Único de Saúde (SUS), facilitando o acesso dos cidadãos e promovendo mais integração entre as informações.
O objetivo é oferecer mais praticidade no atendimento e maior segurança no gerenciamento dos dados dos usuários, beneficiando pacientes, gestores e profissionais da saúde.
Com essa alteração, o Cartão do SUS dá lugar ao número do CPF no cadastro, unificando sistemas e garantindo que cada cidadão tenha um único registro nacional. Isso elimina duplicidades e simplifica consultas médicas, emissões de receitas e acompanhamento do histórico de atendimentos, trazendo mais transparência e agilidade para toda a rede pública de saúde.
Por que o CPF será o novo identificador do cidadão no SUS?
A migração do número do Cartão do SUS para o CPF foi anunciada pelo Ministério da Saúde em uma parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O CPF, além de ser único e oficial, já está presente nos principais cadastros civis do Brasil. O novo modelo permite a integração entre as bases de dados da Receita Federal, CadÚnico, IBGE e demais órgãos, promovendo maior confiabilidade nas informações.
Até abril de 2026, é projetada a inativação de cerca de 111 milhões de cadastros inconsistentes, duplicados ou sem CPF, alinhando o volume de cadastros do SUS com o número de CPFs ativos. Esse esforço centraliza a informação de saúde do cidadão em um registro único, evitando transtornos como a criação de múltiplos cadastros para a mesma pessoa.
Como funcionará a transição para o novo sistema
O processo começou com a revisão do CADSUS, que reúne os cadastros de usuários do SUS. Desde julho de 2025, registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões ativos, dos quais 246 milhões já estão vinculados ao CPF. Cadastros sem CPF passam por análise para regularização ou futura inativação.
Para novos usuários, não será mais necessário solicitar o Cartão do SUS. O cadastro será feito automaticamente ao informar o CPF no momento do atendimento. A atualização dos dados ocorrerá de modo automático, acompanhando alterações realizadas junto à Receita Federal e facilitando o acesso a diversos serviços públicos.
Mudanças nos sistemas e integração nacional
A adoção do CPF como chave universal para o SUS irá transformar a maneira como sistemas nacionais de saúde são gerenciados. Entre os principais sistemas já em processo de integração estão a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Prontuário Eletrônico da Atenção Primária e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A previsão é que a adaptação de todos os sistemas seja concluída até dezembro de 2026.
O CADSUS será conectado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), que centraliza informações de saúde, educação e assistência social, promovendo melhor monitoramento e planejamento de políticas públicas.
Atendimento de cidadãos sem CPF
Embora o foco seja a vinculação de todos os cadastros ao CPF, quem não possui esse documento continua recebendo atendimento normalmente. Nesses casos, um cadastro temporário pode ser criado, válido por até um ano, garantindo assistência imediata, sobretudo em situações emergenciais. Após regularização e comprovação, o CPF é inserido no registro.
Pessoas sem CPF, como estrangeiros residentes, indígenas e ribeirinhos, seguem identificados pelo Cadastro Nacional de Saúde (CNS), mantido como registro complementar.
O papel do Meu SUS Digital
O aplicativo Meu SUS Digital ganha ainda mais destaque com a mudança. Por meio da plataforma, é possível acessar dados de saúde, acompanhar resultados de exames, programar consultas, controlar vacinas e obter informações sobre medicamentos do programa Farmácia Popular. A evolução do sistema reforça o compromisso em oferecer soluções digitais inclusivas, seguras e eficientes.
Com o CPF como identificador, o paciente visualiza todo seu histórico de atendimentos de forma centralizada, ampliando o controle sobre a própria saúde e facilitando o contato com serviços públicos.
Pontos-chave sobre a mudança do Cartão do SUS para CPF
- CPF passa a substituir o número do Cartão do SUS, promovendo unificação dos cadastros.
- Sistema abrange atualização automática dos dados e inativação de cadastros duplicados.
- Acesso universal mantido por meio do registro temporário, mesmo para quem não possui CPF na hora do atendimento.
- Pessoas sem CPF seguem registradas pelo CNS, agora como cadastro complementar.
- Todos os sistemas do SUS serão adaptados até 2026 para plena integração nacional.
- O aplicativo Meu SUS Digital facilitará o acesso às informações, vacinas, exames e atendimentos.
Perguntas Frequentes
Quem já tem o Cartão do SUS precisa trocar pelo CPF?
Não é necessário solicitar troca imediatamente. O CPF passará a ser o identificador oficial e, ao atualizar cadastros ou buscar atendimentos, o sistema fará automaticamente a transição.
Posso ser atendido no SUS sem CPF?
Sim. Em emergências ou casos específicos, é feito um cadastro temporário válido por até um ano. Posteriormente, é necessário regularizar o CPF no registro.
Como consultar meu histórico de saúde pelo novo sistema?
O acesso pode ser feito pelo aplicativo Meu SUS Digital, disponível gratuitamente, onde o histórico fica associado ao CPF.
A medida afeta estrangeiros ou populações tradicionais?
Esses grupos permanecem registrados pelo CNS, que agora é cadastro complementar ao CPF.
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