Imagine conseguir um emprego formal, com carteira assinada, e ainda manter o apoio financeiro que ajuda a sustentar sua família. Para milhões de brasileiros beneficiários do Bolsa Família, essa possibilidade está mais próxima com a nova proposta do programa Emprega Turismo.
Aprovada em julho de 2025 pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, a iniciativa permite que trabalhadores do setor turístico mantenham o benefício por até dois anos, desde que cumpram certas condições. Como isso pode transformar a vida de quem depende do programa?
A seguir, tudo o que você precisa saber sobre essa mudança.
O que é o programa Emprega Turismo?
Em julho de 2025, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1599/25, que cria o programa Emprega Turismo.
A proposta, de autoria do deputado Marx Beltrão (PP-AL) e outros parlamentares, busca incentivar a formalização de empregos no setor de turismo sem que os beneficiários do Bolsa Família percam o auxílio.
A ideia é simples: promover inclusão social, reduzir a informalidade e fortalecer um dos setores que mais crescem no Brasil.
Como funciona a nova proposta do Bolsa Família?
A nova proposta permite que beneficiários do Bolsa Família, com renda familiar per capita de até R$ 218, sejam contratados formalmente no setor turístico sem perder o benefício por dois anos.
Para isso, é necessário cumprir as condições do programa, como manter as vacinas das crianças em dia e monitorar o estado nutricional de menores de 7 anos.
Caso o trabalhador perca o emprego e a renda familiar volte a se enquadrar nos critérios, ele pode retornar ao Bolsa Família em até 36 meses.
Quem pode se beneficiar da medida?
A medida é voltada para famílias já inscritas no Bolsa Família até a aprovação final do projeto como lei. Isso evita a entrada de novos beneficiários apenas para acessar o Emprega Turismo, garantindo um processo justo e organizado.
O foco está em pessoas em vulnerabilidade social que desejam trabalhar em áreas como hotelaria, gastronomia, guias turísticos ou eventos, setores que movimentam bilhões de reais anualmente no Brasil.
Impactos para trabalhadores do Turismo
O turismo no Brasil gerou cerca de 7,7 milhões de empregos diretos e indiretos em 2024, segundo dados do Ministério do Turismo. Com o Emprega Turismo, trabalhadores podem acessar essas oportunidades sem o medo de perder o suporte financeiro do Bolsa Família.
A proposta também incentiva a capacitação profissional, com parcerias com o Sistema S (como Senac e Sesc), que oferecem cursos para preparar os beneficiários para o mercado.
Benefícios para empresas
Empresas que aderirem ao programa recebem incentivos, como redução de 50% na contribuição patronal sobre a folha de pagamento por dois anos. Além disso, terão prioridade em linhas de crédito com juros menores para investir em infraestrutura e treinamento.
Isso pode atrair pequenos negócios, como pousadas e restaurantes, a contratar mais pessoas formalmente.
Documentação necessária para manter o benefício
Para continuar recebendo o Bolsa Família enquanto trabalha, o beneficiário precisa apresentar:
- Comprovante de vínculo empregatício no setor turístico.
- Declaração de renda familiar per capita (até R$ 218).
- Comprovantes de cumprimento das condicionalidades, como cartão de vacinação atualizado e relatórios de acompanhamento nutricional de crianças.
Os documentos devem ser entregues aos órgãos responsáveis, como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), para avaliação.
Como solicitar a permanência no programa
A solicitação para manter o benefício durante o contrato de trabalho deve ser feita no CRAS do município. O processo envolve:
- Apresentar a documentação listada acima.
- Informar o vínculo com uma empresa do setor turístico.
- Aguardar a análise do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. O acompanhamento será feito pelos Ministérios do Turismo e da Cidadania, garantindo que tudo seja feito de forma transparente.
Diferenças entre as regras antigas e novas
Antes, qualquer aumento na renda familiar poderia levar à suspensão do Bolsa Família, desencorajando a busca por empregos formais. Agora, a nova proposta cria uma ponte para o mercado de trabalho, permitindo que o beneficiário tenha até dois anos de estabilidade financeira.
Além disso, a possibilidade de retorno ao programa em até 36 meses oferece mais segurança para quem teme perder o emprego.
Comparação rápida
- Regras Antigas: Renda acima do limite (R$ 218 per capita) resultava em corte imediato do benefício.
- Regras Novas: Trabalho formal no turismo permite manter o benefício por 2 anos, com retorno garantido em até 36 meses se necessário.
Dúvidas frequentes sobre o Bolsa Família e trabalho formal
- Quem pode participar do Emprega Turismo?
Famílias inscritas no Bolsa Família até a aprovação da lei, com renda per capita de até R$ 218, que conseguirem emprego formal no turismo. - O que acontece se o salário ultrapassar o limite?
Se a renda per capita superar R$ 218, o benefício pode ser suspenso, mas o trabalhador pode retornar ao programa em até 36 meses, se necessário. - Quais setores do turismo estão incluídos?
Hotelaria, gastronomia, agências de viagem, eventos e guias turísticos, entre outros. - Como comprovar as condicionalidades?
É necessário apresentar o cartão de vacinação das crianças e relatórios de acompanhamento nutricional no CRAS. - As empresas são obrigadas a participar?
Não, mas as que aderirem recebem incentivos, como redução de encargos trabalhistas e acesso a crédito facilitado.
A nova proposta do Bolsa Família com o programa Emprega Turismo é um passo para unir inclusão social e crescimento econômico. Com a possibilidade de trabalhar no turismo sem perder o benefício por dois anos, milhões de brasileiros podem buscar uma vida melhor sem medo de perder o suporte essencial.
A iniciativa também fortalece o turismo, um setor que representa cerca de 8% do PIB brasileiro, segundo dados de 2024. Para as empresas, os incentivos financeiros tornam a contratação formal mais atrativa.
Resta saber: será que essa mudança pode inspirar outros setores a criar programas semelhantes? Como você acha que isso pode impactar a vida de famílias em sua comunidade?
Para mais informações, acesse o site O Bolsa Família Brasil.