O Benefício de Prestação Continuada (BPC) passou por atualizações importantes em 2025. Com o objetivo de melhorar a gestão dos recursos públicos e evitar pagamentos indevidos, o governo federal implementou quatro mudanças relevantes. Idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda precisam seguir os novos critérios para continuar recebendo o benefício.
As novas exigências envolvem verificação de identidade, revisão mais frequente dos dados familiares, exclusão da renda de cônjuges ausentes e fiscalização integrada entre diferentes sistemas. A seguir, entenda cada ponto com clareza.
1. Identificação biométrica passa a ser obrigatória
Todos os beneficiários do BPC, inclusive os que já recebiam o valor mensal, agora devem realizar cadastramento biométrico. O procedimento inclui coleta de digitais e fotografia facial. A ideia é impedir fraudes e garantir que o pagamento chegue à pessoa correta.
A biometria pode ser feita presencialmente nas agências do INSS ou em locais autorizados. O agendamento pode ser solicitado pelo telefone 135, pelo aplicativo Meu INSS ou pelo site meu.inss.gov.br. Quem não comparecer no prazo corre o risco de ter o benefício bloqueado.
2. Atualização do Cadastro Único é exigida com mais frequência
O Cadastro Único (CadÚnico) passou a ter revisão obrigatória a cada dois anos. Antes, esse intervalo era de quatro anos. Essa medida exige que as famílias mantenham seus dados atualizados junto ao CRAS ou pelo aplicativo Meu CadÚnico. Informações como renda, composição familiar e endereço devem refletir a situação atual da família.
Caso o sistema detecte dados desatualizados, o benefício pode ser suspenso até que a regularização seja feita. Quem não apresentar a documentação exigida dentro do prazo pode ter o benefício cancelado de forma definitiva.
3. Nova regra sobre cônjuges que vivem em locais diferentes
A partir de agora, a renda de companheiros que moram fora da residência do requerente não será considerada no cálculo do benefício. Essa mudança é voltada a famílias em que há separação informal, abandono, trabalho em outra cidade ou situações de afastamento por questões de saúde.
Essa alteração torna o critério de análise mais justo, pois reconhece a realidade de muitas famílias brasileiras em que o parceiro, mesmo com vínculo afetivo, não contribui financeiramente para a casa.
4. Fiscalização será feita com mais rigor
A legislação também fortaleceu a fiscalização cruzando dados com outras bases públicas. Receita Federal, bancos e outros órgãos agora colaboram diretamente com o INSS. Com isso, inconsistências passam a ser identificadas com maior facilidade.
Se forem encontradas informações incompatíveis com a realidade do beneficiário, o BPC poderá ser suspenso ou cancelado. Além disso, o valor recebido indevidamente pode ser cobrado judicialmente.
Quem pode solicitar o BPC em 2025?
O benefício continua voltado a dois grupos principais: idosos e pessoas com deficiência.
Para idosos:
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idade mínima de 65 anos;
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renda mensal por pessoa da família abaixo de R$ 353 (1/4 do salário mínimo);
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inscrição atualizada no Cadastro Único.
Para pessoas com deficiência:
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não há idade mínima;
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é necessário apresentar laudo médico comprovando impedimento de longo prazo;
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a renda familiar também precisa ser inferior a R$ 353 por pessoa;
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cadastro no CadÚnico deve estar em dia.
Quais documentos são necessários para realizar a biometria e a atualização do cadastro?
No momento do atendimento presencial agendado, o beneficiário deve apresentar:
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RG ou CNH;
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CPF;
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comprovante de residência;
-
documentos de renda dos moradores da residência;
-
laudos médicos, no caso de deficiência.
Quem estiver acamado pode solicitar atendimento domiciliar ou autorizar um procurador.
Consequências do descumprimento das novas regras
A pessoa que não fizer a biometria ou deixar o cadastro desatualizado poderá perder o benefício. Inicialmente, ocorre a suspensão. Se a regularização não for feita em até 60 dias, o benefício pode ser cancelado. Em alguns casos, será necessário devolver os valores recebidos indevidamente.
O acompanhamento deve ser feito com frequência, preferencialmente pelo aplicativo Meu INSS. Esse canal digital é usado para alertas e notificações importantes.
Perguntas frequentes
1. A biometria é obrigatória para quem já recebe o BPC?
Sim. Todos os beneficiários do BPC, inclusive os que já estavam recebendo o benefício antes de 2025, precisam fazer o cadastramento biométrico. A coleta inclui digitais e fotografia facial, e deve ser feita nas agências do INSS ou em locais autorizados. Quem não fizer a biometria no prazo poderá ter o benefício bloqueado ou cancelado.
2. Com que frequência o Cadastro Único precisa ser atualizado?
A partir de 2025, a atualização do Cadastro Único (CadÚnico) passou a ser exigida a cada 2 anos. Antes, o prazo era de 4 anos. Caso os dados estejam desatualizados, o benefício pode ser suspenso temporariamente e, se não for regularizado em até 60 dias, poderá ser cancelado de forma definitiva.
3. A renda de um cônjuge que mora em outra cidade entra no cálculo do BPC?
Não. Uma das novas regras estabelece que companheiros que vivem fora da residência do requerente — por motivos como trabalho, separação informal ou doença — não terão sua renda incluída no cálculo da renda familiar per capita. Essa mudança busca tornar a análise mais justa e fiel à realidade das famílias.
4. Como será feita a nova fiscalização do BPC?
A fiscalização foi reforçada com o cruzamento de dados entre o INSS, Receita Federal, bancos e outros órgãos públicos. Qualquer inconsistência ou informação incompatível pode gerar a suspensão ou cancelamento do benefício, além da cobrança dos valores recebidos indevidamente.
5. Quais documentos são exigidos para manter o BPC em dia?
Para fazer a biometria e a atualização do CadÚnico, são exigidos os seguintes documentos:
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Documento de identidade com foto (RG ou CNH);
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CPF;
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Comprovante de residência;
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Comprovantes de renda dos moradores da casa;
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Laudos médicos atualizados (em caso de deficiência).
Se o beneficiário estiver acamado, é possível solicitar atendimento domiciliar ou nomear um procurador legalmente autorizado.
Manter os dados em dia garante o direito ao benefício
As novas medidas não alteram o valor do benefício, mas aumentam o rigor para garantir que ele chegue a quem realmente tem direito. Manter os documentos organizados e o CadÚnico atualizado se torna indispensável para evitar problemas futuros.