Milhões de famílias que dependem do Bolsa Família devem redobrar a atenção nas próximas semanas. O Governo, por meio de uma nova rodada de análise de dados realizada em junho, identificou erros em diversos cadastros. A previsão é de que muitos desses benefícios sejam cortados já a partir de julho.
A revisão cadastral, feita pela Dataprev em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), ocorreu entre os dias 7 e 9 de junho. Segundo o governo, as famílias foram notificadas até o dia 10 e tiveram até 12 de junho para regularizar sua situação. Quem não atualizou os dados pode ter o benefício bloqueado, suspenso ou até cancelado nos próximos pagamentos.
Redução gradual no número de famílias atendidas
Desde o fim de 2024, o programa tem registrado queda no número de beneficiários. Em dezembro, o Bolsa Família alcançava mais de 20,4 milhões de famílias. Em maio de 2025, esse número já havia caído para cerca de 20,2 milhões. A tendência, segundo o MDS, é de que esse número continue caindo, principalmente entre cadastros unipessoais, pessoas que declaram viver sozinhas, e que precisam passar por visitas do CRAS para confirmação das informações.
Só no mês de maio, foram registrados mais de 139 mil bloqueios, 38 mil cancelamentos e mais de 24 mil suspensões. A previsão é de que em julho ocorra um novo grande corte.
Como funcionam as punições?
As penalidades aplicadas variam conforme a gravidade da irregularidade. Elas vão desde advertências até o cancelamento definitivo do benefício. Em casos de bloqueio, o pagamento é interrompido por um mês, mas pode ser retomado após regularização. Já a suspensão impede o repasse por até dois meses, e o cancelamento exige novo cadastro para retorno ao programa.
Calendário segue normalmente
Apesar da possibilidade de cortes, o calendário de junho segue ativo. Os pagamentos começaram no dia 16 e seguem até o dia 30, com o final do NIS de cada beneficiário. Para julho, os depósitos estão previstos entre os dias 18 e 31. O Auxílio Gás, no valor de R$ 108, acompanha o mesmo cronograma e deve atender mais de 5,3 milhões de famílias.
Mudança nas regras: impacto direto no benefício
Além da fiscalização, uma nova regra entrou em vigor e pode afetar ainda mais famílias. A chamada “regra de proteção“, que permite a permanência no programa mesmo com aumento de renda, foi reduzida de 24 para 12 meses. Isso significa que quem teve a renda elevada recentemente poderá perder o benefício mais cedo do que imaginava.
O que fazer para evitar cortes?
A recomendação do governo é clara: quem recebeu aviso de irregularidade deve procurar imediatamente o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade. É necessário levar documentos de todos os integrantes da família, como CPF, RG, comprovante de residência e declaração escolar de crianças e adolescentes.
Manter o cadastro atualizado é o passo mais importante para garantir a continuidade do benefício, especialmente em um momento em que os cortes estão mais rigorosos e frequentes.