O novo projeto Bolsa Família, que está sendo discutido na Câmara dos Deputados, traz mudanças para as famílias que superam os limites de renda estabelecidos pelo programa.
A proposta visa ampliar o período de permanência no benefício, oferecendo uma transição mais gradual para aqueles que, ao aumentarem sua renda, não precisarão deixar o programa imediatamente.
Alterações na duração do benefício
A proposta de lei 229/25 sugere que as famílias que possuem uma renda per capita acima de R$ 218 possam continuar recebendo o Bolsa Família por um período de até quatro anos.
Atualmente, esse prazo é de apenas dois anos, o que gera uma pressão considerável sobre os beneficiários. Com a nova legislação, a distribuição dos recursos será feita da seguinte forma:
- Primeiro ano: 80% do valor do benefício original.
- Segundo ano: 60% do valor do benefício original.
- Terceiro ano: 40% do valor do benefício original.
- Quarto ano: 20% do valor do benefício original.
Essas mudanças visam garantir uma transição mais suave para as famílias que estão ingressando no mercado de trabalho ou que estão se aventurando no empreendedorismo.
Objetivo da proposta
O principal objetivo do novo projeto Bolsa Família é evitar que as famílias beneficiárias sintam-se desestimuladas a procurar empregos formais. O deputado Capitão Alberto Neto, autor da proposta, argumenta que a atual transição de dois anos desincentiva a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho. Muitas pessoas temem perder o benefício ao conseguirem uma renda maior, o que pode levar a uma situação financeira mais vulnerável.
Inclusão no programa Jovem Aprendiz
Além da ampliação do prazo de permanência, o projeto também propõe mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A ideia é permitir que beneficiários do Bolsa Família sem registro formal de emprego possam participar do programa Jovem Aprendiz, independentemente da idade. Isso representa uma oportunidade valiosa para jovens e adultos que buscam qualificação profissional e inclusão no mercado de trabalho.
Impacto na economia familiar
Com a implementação do novo projeto Bolsa Família, espera-se que mais famílias consigam equilibrar sua nova renda com o auxílio do programa. Isso é especialmente relevante em um cenário econômico onde a inflação e o custo de vida estão em alta.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, destacou a importância dessa medida, afirmando que a economia em crescimento oferece oportunidades para que as famílias elevem sua renda sem a necessidade de abandonar o programa.
Regra de proteção
O novo projeto também se alinha à Regra de Proteção, que foi introduzida na última versão do Bolsa Família. Essa regra assegura que as famílias que aumentam sua renda não sejam imediatamente excluídas do programa. Portanto, mesmo que a renda ultrapasse R$ 218, as famílias ainda podem contar com um suporte financeiro, desde que não excedam o limite de R$ 660 por pessoa.
Exemplos práticos
Um exemplo prático dessa nova abordagem é o caso de Gabriela Matos, uma beneficiária do programa que, após conseguir um emprego formal, teve seu benefício bloqueado. Ao retornar ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) para atualizar seu cadastro, ela foi informada de que poderia voltar a receber o benefício, mas com um valor reduzido. Essa situação ilustra como a nova proposta pode impactar positivamente a vida de muitos brasileiros.
Distribuição regional do benefício
A distribuição do novo projeto Bolsa Família também será um fator importante a ser considerado. Atualmente, a maior parte dos beneficiários está concentrada na região Nordeste, seguida pelo Sudeste. A proposta visa garantir que famílias em todas as regiões do Brasil tenham acesso ao suporte necessário, independentemente de onde estejam localizadas.
Verificação cadastral
A verificação cadastral é um aspecto fundamental do novo projeto. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) está implementando processos de averiguação que impactam os benefícios ao longo do ano.
Isso significa que as famílias que se enquadram nos critérios de atendimento podem ser incluídas no programa a qualquer momento, enquanto aquelas que não atendem mais aos requisitos podem ser removidas.
Requisitos para participação
Para que as famílias possam se beneficiar da nova proposta, elas devem atender a certos requisitos. A renda per capita deve ser inferior a meio salário mínimo (R$ 660). A contagem da renda considera apenas a remuneração dos membros da família, sem incluir o valor do benefício do Bolsa Família. Isso garante que as famílias que realmente precisam do suporte continuem a recebê-lo.
Retorno garantido
Outro aspecto importante do novo projeto Bolsa Família é o conceito de Retorno Garantido. Caso uma família perca sua renda após o período de dois anos na Regra de Proteção, ela pode solicitar a volta ao programa. Para isso, o responsável familiar deve atualizar a informação de renda no CRAS e solicitar o retorno.