O Projeto de Lei 857/24 propõe que beneficiários do Bolsa Família possam manter o auxílio mesmo com um aumento temporário na renda per capita familiar, decorrente de contratos de trabalho sazonais ou temporários.
Esta alteração visa modificar a legislação vigente do Bolsa Família, que atualmente estabelece como critério para recebimento do benefício uma renda mensal de até R$ 218 por pessoa. No programa, as famílias beneficiadas recebem um valor base de R$ 600 mensais, podendo haver adicionais em determinadas situações.
Contratos de trabalho temporários para beneficiários do Bolsa Família
Os contratos de trabalho temporário, de safra e por prazo determinado são usualmente utilizados para atender necessidades sazonais, picos extraordinários de trabalho ou substituições transitórias de pessoal.
De acordo com o deputado Afonso Hamm (PP-RS), autor do projeto, muitos beneficiários evitam aceitar esses contratos temporários para não perderem os benefícios financeiros do programa. Hamm defende que permitir a manutenção do Bolsa Família durante esses contratos temporários incentivaria a formalização das contratações e ajudaria a preservar o suporte às famílias que dependem do programa.
Próximos passos:
O projeto seguirá para análise em caráter conclusivo pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça; e de Cidadania.
Como o trabalho temporário impacta os beneficiários?
A procura por trabalho temporário no setor agrícola é notável, particularmente durante a colheita de produtos como café, frutas, hortaliças e cana-de-açúcar.
Legislação e medidas em progresso
O projeto de lei em questão já foi aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados e agora aguarda análise em outras três comissões.
Esse movimento legislativo visa simplificar a contratação de trabalhadores safristas, garantindo que não sejam prejudicados pela formalização temporária de suas atividades.
Diálogo com o setor agrícola
No ano passado, um acordo foi estabelecido com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para que os safristas não fossem excluídos do Bolsa Família, embora essa medida não tenha sido tão eficaz quanto esperado.
Posição do Ministério do Trabalho
Segundo o órgão, a proposta em discussão consiste em permitir que os safristas contratados sejam afastados, mas não desligados, do programa Bolsa Família. Caso sejam dispensados, eles poderiam retornar a receber o benefício normalmente.
Esta estratégia busca um equilíbrio entre a necessidade de mão de obra no setor agropecuário e a proteção social dos trabalhadores, marcando um progresso significativo na legislação trabalhista brasileira, especialmente no âmbito do agronegócio.
Portanto, à medida que o Brasil fortalece sua posição como líder agrícola, também se esforça para assegurar que seu crescimento não ocorra à custa dos mais vulneráveis.
É crucial encontrar soluções que fomentem o desenvolvimento sustentável do agronegócio, preservando os direitos dos trabalhadores e garantindo que a segurança social seja não apenas mantida, mas reforçada neste processo.
Entenda mais sobre
O Projeto de Lei 857/24, em análise no Congresso Nacional, busca garantir que beneficiários do Bolsa Família não percam o auxílio caso consigam um emprego temporário.
O que significa?
Atualmente, quando um membro da família recebe um aumento na renda familiar per capita, mesmo que seja por um contrato de curta duração, como safra ou outro tipo de trabalho temporário, pode haver o corte do Bolsa Família.
O que o projeto propõe?
O projeto visa modificar a Lei do Bolsa Família, permitindo que o beneficiário mantenha o auxílio mesmo que sua renda familiar aumente temporariamente devido a um contrato de trabalho de curta duração.
Objetivos do projeto:
- Promover a inclusão social: Ao permitir que as famílias mantenham o Bolsa Família mesmo com renda temporária, o projeto busca incentivar a busca por trabalho e a geração de renda, promovendo a inclusão social e a autonomia das famílias.
- Combater a pobreza: O projeto contribui para o combate à pobreza ao garantir que as famílias tenham um suporte financeiro, mesmo em momentos de renda instável.
- Estimular a formalização do trabalho: Ao incentivar a busca por emprego formal, mesmo que temporário, o projeto contribui para a formalização do mercado de trabalho e para a geração de direitos para os trabalhadores.
Situação atual do projeto:
O projeto ainda está em fase de análise no Congresso Nacional. Ainda não há data definida para votação ou promulgação da lei.
Para mais informações:
- Acompanhe a tramitação do projeto: Você pode acompanhar o andamento do Projeto de Lei 857/24 no site do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados.
- Converse com um profissional do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social): O CRAS pode fornecer informações sobre o Bolsa Família e outros programas sociais, além de orientar sobre como se cadastrar ou atualizar seus dados no CadÚnico.