A Caixa Econômica Federal está desenvolvendo um novo recurso para otimizar o pagamento do programa Bolsa Família, utilizando o Drex, o real digital em fase de teste pelo Banco Central. Esse avanço visa possibilitar o recebimento do benefício de maneira offline em regiões mais remotas do país, minimizando a necessidade de deslocamento para sacar o dinheiro.
O que é o real digital?
O Drex, focado especialmente em áreas sem fácil acesso à internet e agências bancárias, promete agilizar e democratizar os serviços financeiros. A previsão é que ele comece a ser testado entre abril e maio deste ano.
Embora o real digital compartilhe algumas características com as criptomoedas, o Drex é uma representação digital do real, visando ser utilizado em compras, vendas e transações financeiras em geral, reduzindo custos ao eliminar intermediários. O Banco Central destaca que esse novo modelo beneficiará não apenas os beneficiários diretos, mas também a economia local.
O Banco Central mencionou a possibilidade de utilizar o real digital em um cartão, mesmo em locais sem conexão à internet.
Real digital e o pagamento do Bolsa Família
A Associação Nacional dos Prefeitos (ANP) estima que cerca de 5% do total de beneficiários do Bolsa Família possam usar essa nova tecnologia. Para aqueles que se enquadram nesse perfil, mas moram em regiões com pouco ou nenhum acesso à internet, a Caixa está considerando depositar o valor do benefício do Bolsa Família por meio do Drex em um cartão.
Antes de implementar a nova tecnologia, a Caixa destaca a necessidade de discussões internas sobre a estratégia e regulamentações do Banco Central para esse tipo de pagamento.
Próximo passo
Após o sucesso na prova de conceito, o próximo passo será discutir internamente a estratégia junto ao Ministério da Fazenda e ao governo federal. Devido à natureza pública da Caixa, será necessário realizar uma licitação para implementar a tecnologia. Evandro Avellar, gerente nacional de serviços financeiros da Caixa, destaca a importância de discutir a regulamentação do Banco Central para esse tipo de pagamento.
Ambos ressaltam que o objetivo final é tornar mais segura a digitalização das pessoas que vivem em locais mais remotos, reduzindo o uso de dinheiro físico e, consequentemente, as transações não seguras. A implementação do Drex surge como uma solução para esses desafios.
Real digital pode ter lançamento adiado
O Drex, também conhecido como Real Digital, é a aposta central do Banco Central do Brasil (BC) após a introdução do Pix e do Open Finance. Entretanto, a estreia da moeda digital pode enfrentar atrasos devido a problemas relacionados aos protocolos de privacidade e à infraestrutura, de acordo com informações da revista Exame.
O coordenador do Drex no BC, Fabio Araujo, destacou que o desenvolvimento da solução está em pleno andamento, mas alguns desafios têm o potencial de retardar a introdução da moeda digital. Entre esses desafios, encontra-se a etapa para definir os protocolos de privacidade e infraestrutura, que não deve ser concluída no primeiro semestre. A expectativa é que esse processo ocorra ao longo do segundo semestre, diferentemente do planejado anteriormente.
Araujo enfatizou que, ao longo do segundo semestre, os testes de privacidade continuarão, buscando amadurecer diversos aspectos do projeto, como casos de uso, ativos e participantes, dependendo das burocracias e do encerramento da fase de privacidade do piloto.
Mesmo enfrentando dificuldades, não está descartada a possibilidade de encerrar os testes do Drex até maio. A revista ressalta ainda a perspectiva de que o Banco Central planeja incorporar ativos no segundo semestre para expandir os experimentos para outras frentes, oferecendo serviços à população.
Lançamento
Até o momento, o Banco Central não estabeleceu uma data específica para o lançamento da moeda digital à população. No entanto, há expectativas de que o Drex se torne realidade ainda em 2024, sendo a moeda digital oficial do Brasil, com regulamentação e emissão a cargo da autoridade monetária brasileira, o Banco Central.
O Drex busca oferecer valor, garantias e aceitação equivalentes ao Real, com transações realizadas por intermediários autorizados, como bancos.