O Projeto de Lei 82/24, atualmente sob análise na Câmara dos Deputados, pode acarretar significativas alterações no Programa Bolsa Família, reconhecido por sua importância na redistribuição de renda no Brasil. A proposta, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), busca eliminar as filas de espera para o benefício, visando uma distribuição mais eficiente e inclusiva da assistência financeira.
Sem filas de espera para o Bolsa Família
A proposição altera a Lei 14.601/23, que recriou o programa, e propõe que todas as famílias elegíveis ao Bolsa Família tenham acesso aos benefícios financeiros sem enfrentar longas filas de espera. Atualmente, a legislação determina que as famílias aptas ao programa sejam aquelas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), com renda familiar per capita mensal igual ou inferior a R$ 218.
Segundo o deputado, o Bolsa Família é crucial como principal programa de transferência de renda no Brasil, recebendo reconhecimento internacional. No entanto, a principal preocupação do projeto reside na busca por recursos para custear esse aumento na assistência. Atualmente, o Bolsa Família já demanda mais de R$ 14 bilhões por mês, e caso o PL seja aprovado, o número de beneficiários aumentaria, elevando ainda mais os custos para o governo.
A legislação vigente estabelece os seguintes benefícios financeiros para as famílias contempladas:
– Benefício de Renda e Cidadania: Cada família receberá R$ 142 por integrante. Se a soma desses benefícios for inferior a R$ 600, a família terá um complemento para atingir esse piso mensal.
– Benefício Primeira Infância: Famílias com crianças de até sete anos receberão R$ 150 por cada uma.
– Benefício Variável Familiar: Serão concedidos mais R$ 50 por integrante dos 7 aos 18 anos incompletos, gestantes ou lactantes.
O projeto continua em caráter conclusivo, devendo passar pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Como funcionaria o projeto?
- Fim das filas: O projeto propõe a criação de um sistema online para inscrição e acompanhamento do benefício, eliminando a necessidade de comparecimento presencial em agências.
- Agilidade e comodidade: Beneficiários poderão solicitar o Bolsa Família de forma remota, através de um computador, tablet ou smartphone, a qualquer hora e de qualquer lugar.
- Maior inclusão: O sistema online facilitará o acesso ao programa para pessoas com dificuldade de locomoção, residentes em áreas remotas ou com restrições de tempo.
- Combate à fraude: O sistema utilizará cruzamento de dados e inteligência artificial para identificar e prevenir fraudes, garantindo que o benefício chegue às famílias que realmente precisam.
Benefícios para Todos:
- Beneficiários: Mais agilidade, comodidade e menos burocracia.
- Governo: Redução de custos com infraestrutura e pessoal.
- Sociedade: Combate à pobreza e à desigualdade social.
Próximos Passos:
- O projeto ainda precisa ser aprovado pelas comissões da Câmara e do Senado antes de virar lei.
- A mobilização da sociedade civil é fundamental para pressionar os parlamentares e garantir a aprovação do projeto.
Revisão do CadÚnico
No ano passado, o Governo Federal deu início a um minucioso processo de Averiguação Cadastral no Cadastro Único (CadÚnico). Com o intuito de combater fraudes e evitar o recebimento indevido de benefícios, como o Bolsa Família, milhões de inscritos foram convocados para revisar e atualizar seus dados.
A partir desse momento, as famílias devem estar atentas aos avisos enviados no extrato de pagamento e nos canais do Bolsa Família, já que a falta de revisão pode resultar no corte de benefícios para aqueles que não seguem as regras do programa.
Atualmente, mais de 21 milhões de famílias brasileiras fazem parte do Bolsa Família. Com o público do programa sendo constantemente renovado, é crucial que os inscritos estejam cientes das exigências para não perderem o benefício, como a atualização do Cadastro Único.